A saúde mental no período pós-pandemia representou um grande desafio em todo o mundo. O isolamento social, assim como a convivência prolongada com as mesmas pessoas em casa, muitas vezes, gerou desgaste emocional. Perder um ente querido vítima da Covid-19 deixou marcas profundas na mente de muitas pessoas. Além disso, as incertezas em relação ao trabalho e à estabilidade financeira provocaram um aumento significativo nos níveis de ansiedade entre os trabalhadores.
Consequências da pandemia na vida da população
Na área financeira, a redução de renda e o desemprego foram fatores importantes que contribuíram para o surgimento de depressão e ansiedade após a pandemia. Além disso, o acesso limitado a serviços de saúde mental durante esse período dificultou tanto os tratamentos necessários quanto o diagnóstico adequado. Entre os profissionais de saúde, houve uma sobrecarga emocional ao lidar com mortes e pacientes em estado grave. Esses profissionais relataram diversos problemas psicológicos, como insônia, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e o medo de contrair a Covid-19.
Os sintomas que podem persistir após a pandemia incluem ansiedade, depressão ou tristeza profunda, medo de ficar doente, irritabilidade, sensação de isolamento, dificuldade de concentração, esgotamento, fobias gerais, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e crises de pânico. É comum que algumas pessoas procrastinem a busca por ajuda psicológica, acreditando que os problemas de saúde mental são passageiros, mas em casos graves o acompanhamento profissional é fundamental para o tratamento adequado e a prevenção de complicações.
Afastamento do trabalho
O período pós-pandemia trouxe um aumento significativo nos afastamentos do trabalho relacionados à saúde mental. Após longos meses de incerteza, pressão, sobrecarga e adaptação constante, muitos profissionais passaram a manifestar sintomas de ansiedade, depressão, síndrome de burnout e dificuldades de concentração. A linha entre vida pessoal e profissional tornou-se mais tênue, especialmente com o home office, e o retorno às rotinas presenciais expôs o esgotamento acumulado. Esse cenário revelou a urgência de olhar para o bem-estar emocional não apenas como um tema individual, mas também como responsabilidade coletiva e organizacional.
Cuidar desse impacto exige uma mudança de cultura nas empresas e na forma como os trabalhadores se relacionam com o próprio desempenho. Mais do que produtividade, é preciso promover ambientes de trabalho saudáveis, com diálogo aberto, respeito aos limites e incentivo à busca de apoio psicológico. O afastamento não deve ser visto como fraqueza, mas como um sinal de que algo precisa ser revisto, tanto na saúde emocional do indivíduo quanto nas condições de trabalho. O verdadeiro retorno pós-pandemia só será completo quando a saúde mental ocupar o mesmo espaço de importância que a saúde física.
Estratégias para o controle da saúde mental
De acordo com a Psicóloga, é importante desenvolver o autoconhecimento, entender as próprias emoções e reconhecer o que desperta ansiedade ou medo ajuda na autorregulação. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, auxilia a identificar pensamentos automáticos e padrões disfuncionais que mantêm o sofrimento. Buscar propósito e sentido, redescobrir o que dá significado à vida como projetos, relações, espiritualidade, causas sociais, pode ser um fator protetor importante contra recaídas e estados de desesperança. Em síntese, o cuidado pós-pandemia não se resume a “voltar ao normal”, mas a criar um novo equilíbrio, mais consciente e gentil consigo mesmo. A saúde mental se fortalece quando a pessoa se permite sentir, pedir ajuda e transformar o que viveu em aprendizado.