Pesquisa nacional revela que salgados fritos e outros alimentos rápidos estão substituindo refeições completas e acendendo o alerta sobre saúde e hábitos alimentares.
Uma mudança à mesa
De norte a sul do país, é difícil resistir ao pastel crocante, à coxinha dourada ou ao pão de queijo quentinho. Mas esses ícones da culinária popular brasileira vêm ganhando outro papel: substitutos das refeições principais. Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos brasileiros consome salgados fritos ou prontos regularmente e, para muitos, eles deixaram de ser lanche para virar almoço.
A tendência se intensificou após a pandemia, quando o aumento dos preços dos alimentos levou parte da população a buscar opções mais baratas e rápidas. Um estudo da Kantar em 2024 mostrou que o consumo de salgados prontos cresceu 28% em um ano, sobretudo entre as classes C, D e E. A substituição do tradicional “prato feito” (arroz, feijão e carne) por salgados empanados ou industrializados é motivada tanto pela conveniência quanto pelo custo.
Alimentação urbana e rotina acelerada
De norte a sul do país, é difícil resistir a um pastel crocante, a uma coxinha dourada ou a um pão de queijo quentinho. Mas esses ícones da culinária popular brasileira vêm ganhando outro papel: o de substitutos das refeições principais.
Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos brasileiros consome salgados fritos ou prontos regularmente e, para muitos, eles deixaram de ser lanche para se tornar almoço.
A tendência se intensificou após a pandemia, quando o aumento dos preços dos alimentos levou parte da população a buscar opções mais baratas e rápidas. Um estudo da Kantar, em 2024, mostrou que o consumo de salgados prontos cresceu 28% em um ano, sobretudo entre as classes C, D e E. A substituição do tradicional “prato feito”, ou seja, arroz, feijão e carne, por salgados empanados ou industrializados é motivada tanto pela conveniência quanto pelo custo.
A solução é parar de comer?
Os salgados fritos são, em geral, ricos em gorduras saturadas, sódio e aditivos. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde, 2023), o consumo frequente de alimentos ultraprocessados está diretamente relacionado ao aumento de casos de obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2.
Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2022 analisou hábitos alimentares de 4.500 adultos e constatou que pessoas que consumiam frituras três ou mais vezes por semana tinham 35% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Além disso, frituras realizadas em óleo reutilizado, prática comum em estabelecimentos populares, favorecem a formação de substâncias tóxicas, como a acroleína, associada a inflamações e envelhecimento precoce.
Apesar dos riscos, os salgados têm um papel cultural importante. Eles representam a sociabilidade brasileira: a pausa do café com o amigo, o lanche na feira ou a festa de família. Em muitas regiões, como o Nordeste e o Sudeste, receitas tradicionais se misturam a influências locais, criando um patrimônio gastronômico que vai além da nutrição.