Mais do que vilões da dieta, os doces podem ter espaço em uma rotina equilibrada. Nutricionistas defendem o resgate do prazer, da cultura e da moderação no consumo.
Formigueiro de sensações:
Segundo a antropóloga alimentar Raquel Rachid, da Universidade Federal do Paraná, os doces desempenham um papel central na identidade alimentar brasileira: “O açúcar sempre esteve ligado à celebração, à partilha e à memória”. Do quindim nordestino ao sagu do Sul, as sobremesas contam histórias e aproximam pessoas. Essa dimensão emocional também tem reflexos positivos sobre o bem-estar. Estudos da Universidade de São Paulo (USP) mostram que o consumo consciente de alimentos prazerosos, incluindo doces, pode reduzir o estresse e melhorar o humor, especialmente quando associado a momentos de convívio social.
O que diz a ciência sobre o prazer de comer?
Além disso, estudos recentes publicados no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics mostram que pessoas que mantêm uma alimentação equilibrada, incluindo pequenas porções de sobremesa, apresentam maior adesão a longo prazo às dietas saudáveis do que aquelas que tentam eliminá-las completamente.
Doce com propósito: novas tendências
Hoje, já é comum encontrar receitas que utilizam frutas secas, mel, tâmaras, castanhas e cacau puro como alternativas. A confeitaria funcional, aquela que combina sabor e equilíbrio, tem ganhado espaço em cafés e restaurantes de grandes capitais, mostrando que é possível adoçar a vida de forma mais natural e nutritiva.